Quando ela viu um cavalo na beira da estrada com a pata machucada e ninguém sabia o que fazer, todos olhavam pra ele e não surgia nenhuma nenhuma ideia, porém, no meio da multidão surgiu um idiota que disse vamos ter que sacrificá-lo.
- Não, -gritou a garotinha de apenas 8 anos,
- Vocês não podem simplesmente matá-lo.
Todos olharam apreensivos para ela, mas ao se darem conta que se tratava de uma simples garotinha, começaram a zombar dela e então continuaram a tratar do caso do cavalo.
Ele era uma espécie de Pegasu só que sem as asas, não era tão branco assim pois devido a sujeira da estrada estava bem empoeirado, vinha com um rapaz até jovem em sua cela, ao qual estava ao longe pouco ferido.
O carro que havia sido o culpado do acidente estava mais ao fundo dessa pequena estrada de terra, e o pobre cavalo, ah esse estava sofrendo, e sua pata da direita estava jorrando tanto sangue que a estrada de terra branca estava enxarcada do líquido vermelho do pobre animal, a garotinha mal podia parar de chorar vendo que aquele animal forte que lutou para não deixar seu dono cair devido ao forte impacto da batida, permanecia ali em pé olhando pra todos a sua volta. Eu percebia que ela olhava pra um determinado local do cavalo, percebi que a parte lateral estava com o seu osso todo pra fora, ela olhava chorava, mas tinha um brilho que eu conseguia ver toda vez q ela enxugava as lágrimas, ela dizia palavras e apontava em direção ao cavalo, eu não sei bem fazer leitura de lábios mas acho que ela dizia algo como:
"Vai ficar tudo bem cavalinho"
"Eu vou fazer de tudo pra você ficar bem".
Bom.. Pelo menos eu acho que era isso, o bom é que quando a vi fazer um sinal com as mãos em forma de oração, eu acho que também comecei a orar, junto àquela que tinha tamanha admiração por aquele animal que nem era dela.
Ao fim ela gritou
- Vocês nunca ouviram falar em um veterinário?
Todos novamente olharam pra menina, mas desta vez veio um homem que se compadeceu da moça e lhe dirigiu a palavra.
- Mocinha, você não acha que é muito novinha pra aver dessas coisas?
- Sim, mas tenho um noção das coisas e não quero que vocês matem o cavalinho.
Todos riram dela, pobre garotinha, eu ficava em pé ali perplexo, não eu não ri dela.
- Então o que você me sugere?- perguntou o rapaz com muita arrogância.
- Deixem ele comigo que eu arrumo um veterinário ou eu mesma cuido dele.
Novamente todos riram
- Quantos anos você tem, 7?
- 8 por quê?
- Você sabe que não tem nenhum veterinário por aqui nem na cidade vizinha voce acha que você tem condições de criar um bixo desses? E pra mim já chega, saia daqui!!
A menina enrubeceu olhou pra todos e para o cavalo que a fitava de longe, caiu uma lágrima como um pedido de desculpas ao seu amigo cavalinho branco e saiu derrotada.
O cavalo que havia ficado mudo perdeu o equilíbrio e num triste relinchado desmoronou-se no chão.
Vi a garotinha sentada na raiz de uma árvore na entrada da cidade, ela estava ainda aos soluços de tanto chorar.
Acho que ainda ouvia ela dizer dizer pra si mesma, ainda serei veterinária um dia serei e eles nunca mais vão ri de mim.
Pobre pé de pano...
Ela poderia sonhar com o príncipe no cavalo branco como as outras mas ela não só sonhava com seu cavalinho branco.
- Lisa